O dia transformou-se em noite, os céus despejaram a sua fúria e raios cruzaram os ares. O corvo nada temia, afinal ele também fazia parte da natureza e não eram uns riscos luminosos precedidos de estrondos que lhe iam estragar o dia. Conseguia ouvir os pios assustados das outras aves, poisadas nas janelas e nas arvores. Que tolas já deveriam saber o que acontece quando um raio daqueles luminosos cai numa arvore. Sentiu a chuva e antes da primeira gota molhar os telhados de Paris já se encontrava no seu poiso preferido. Mais uma vez o rosto marcado pela idade assomou à janela, desta vez não lhe deixou migalhas acenou-lhe como a convidá-lo a entrar e deixou a janela entreaberta. Sabia os riscos que corria, mas a sua curiosidade venceu todos os seus receios e entrou. Lá fora o dia que já era noite, apenas iluminado pelas luzes dos carros que circulavam nas avenidas e pelos raios da trovoada, transformara-se num autentico diluvio e até o seu poiso já se encontrava fustigado pela chuva que caia tocada pela força do vento.
O rosto sorria-lhe, ficou apreensivo nunca um humano lhe tinha sorrido. Geralmente gritavam-lhe ou riam-se quando ouviam a sua voz estridente a imitar as gargalhadas dos humanos. O mesmo som que ouvia nesse preciso momento. Olhou em redor e viu um outro corvo, uma fêmea, que voara de cima de um móvel e poisara no ombro do ancião, onde debicava as migalhas por ele lá deixadas.§ Momentos
§ Noite
§ Toca-me
§ Corvo também entra ... co...
§ Aceitam-se sugestões... ;...