Domingo, 16 de Setembro de 2007
Aceitam-se sugestões... ;) Neste corvo também entra
Corvo também entra!
O céu estava cinzento escuro e com o passar dos miunutos escurecia ainda mais. Dentro de alguns instantes a silhueta negra que repousava em cima de uma gargola de Notre Damme deixaria de estar visível para os transeuntes e fotógrafos de férias com as suas máquinas último modelo que não sabiam usar e tinham adquirido pelo tamanho. O corvo aninhava-se no desconforto da pedra e com os seus imenso olhos negros observava o que o rodeava... esperava o anoitecer para poder voar pelas ruas e roubar pedaços de comida aos incautos que estavam na esplanada. Era boa a sua vida de pássaro vagabundo e incógnito durante as noites.
Quando a noite caia já negra como breu, céu sem estrelas nem lua, ele abriu as suas asas, esticando-as, alisou uma ou outra pena e levantou vôo!
Fez vôos rasantes a todas as árvores acordando com o seu grito de corvo todas as aves que ali se aninhavam em descanso... Estavam furiosas!
Dormiria em Saint-Germain amanhã!
A noite estava escura e com nuvens a anunciar tempestade e as esplanadas estavam vazias. Pousou num parapeito, a casa estava na penumbra. Aninhou-se ali... pelos primeiros raios de sol a janela abriu-se devagarinho. Um rosto marcado pela idade sorria-lhe... deixou-lhe migalhas! Ele sentiu-se insultado... um corvo predador não queria migalhas, sabia procurar o que lhe apetecia. Levantou vôo e naquele dia de ventos fortes foi roubar pedaços de crepe num jardim.
Ele era um predador, e muitas vezes também ladrão, mas jamais seria um animal domesticado.
Embora partilhasse com as “cuscas” da cidade e as beatas das muitas igrejas parisiences…um requintado gosto pela vida dos outros… saboreado com a ocasional “delicatesen” de corvo… era um animal, não uma pessoa. Procurava o que necessitava para sobreviver e como “sobremesa” observava pessoas. Emitia muitas vezes sons idênticos a gargalhadas… que provocavam horror, espanto ou susto mas, era aquela a sua voz e, deleitava-se orgulhosamente em a usar fazendo-se notar quando assim lhe apetecia.
@ Como devem ter percebido este conto não está, nem próximo disso, terminado! Como já fizemos noutras vezes e sempre com agradáveis surpresas...
Aceitam-se, continuações ou finalizações...
Boas leituras!
Crowe
De
KI a 19 de Setembro de 2007 às 22:30
Ainda era novo, não notava nas suas asas todas as vivencias que já sentira, sempre fora perdador, era a sua natureza e nunca se prendia a nenhum sítio nem a ninguém. Apreciava Pigalle, os contrastes dos passantes, as luzes das ruas, as beiradas dos miradouros que lhe permitiam vislumbrar a cidade que lhe coloria a alma. De um salto passava o Inverno em Londres, o fog cativara-o e condizia consigo a fleuma british. Esvoaçava perdido de encantos nas cores da cidade luz, era sempre num voo clandestino e mirabolante que se despedia das estórias que levava consigo; não tinha um porto de abrigo (ou talvez não o quisesse!), sentia-se do mundo e gostava de ser um vagabundo destinado a momentos de felicidade, permanentemente á descoberta de si e dos outros.
Ao avistar o Big Ben reencontrava-se de novo consigo,as múltiplas personalidades que acalentava chamavam-no sempre para mais, mais e mais... nunca havia amanhã, apenas um hoje, ténue brisa de abraços reconfortantes, um momento inolvidável, sentiu-se feliz, procurou umas das suas muitas casas que deixava, alguém lhe acenou.
Negro e brilhante num revirar de direcção quis regressar a um passado recente, procurou o abrigo de outras asas, aquelas que o deixavam adormecer descansado, e enquanto sorria sonhava com a noite dos seus dias, só mas sempre consigo.
( Um beijo Crowe)
De
Passo a 24 de Setembro de 2007 às 10:41
:) um belo passaro esse teu :) asa negra que risca o ceu azul :) jokas
Comentar post