
Ao longe a serra,
sorri para mim,
estende os seus braços,
para o mar,
num desafio,
grita,
sou mais alta,
não me consegues transpor,
por muito que insistas,
não me consegues derrubar,
o mar,
imperturbavel,
continua o seu constante vai e vem,
pacientemente,
com calma,
em ondas amenas,
ou em grandes vagas,
numa lenta erosão de vontades,
continua sem se demover,
numa eterna certeza,
de quem atingue os seus fins,
na certeza inamovível que um dia,
alcançarei o seu topo.
A serra sorri para mim,
diz ser velha,
no dia que eu chegar ao topo,
não ficarei,
continuarei o meu caminho,
e ela continuará a estender os braços,
a desafiar o mar.
Não posso deixar de sorrir,
para mim,
para a serra,
esperarei pacientemente,
pelo momento da subida,
o contemplar do mar,
seguir o meu caminho,
saber que posso sempre voltar,
não pode deixar de sorrir.