Terça-feira, 21 de Dezembro de 2004
Tranquiliza-me
Tranquiliza-me desse modo só teu.
Canta-me um sonho de beleza eterna.
Faz-me crer que a minha solidão morreu.
E alumia-me com o teu amor como lanterna.
Abraça-me nas cinzas do passado recente.
Deixa-me beber dos teus lábios neptuninos.
Porque eu quero amar desse modo dependente.
E assassinar todos os meus mundos libertinos.
Sê adaga então, eu serei a mão que a aferrará.
Dilacera este meu hábito estulto e reiterado.
Contigo a meu lado a voz escarninha fenecerá.
E todas estas faces serão um pesadelo sepultado.
Assiste de perto a este meu último e tenso exalar.
E olha-me nos olhos para que não te possa esquecer.
Guina-me com doçura para que consiga voltar.
E para que te ame com toda a essência do meu ser.