Segunda-feira, 24 de Setembro de 2007
Corvo também entra ... cont ...
O dia transformou-se em noite, os céus despejaram a sua fúria e raios cruzaram os ares. O corvo nada temia, afinal ele também fazia parte da natureza e não eram uns riscos luminosos precedidos de estrondos que lhe iam estragar o dia. Conseguia ouvir os pios assustados das outras aves, poisadas nas janelas e nas arvores. Que tolas já deveriam saber o que acontece quando um raio daqueles luminosos cai numa arvore. Sentiu a chuva e antes da primeira gota molhar os telhados de Paris já se encontrava no seu poiso preferido. Mais uma vez o rosto marcado pela idade assomou à janela, desta vez não lhe deixou migalhas acenou-lhe como a convidá-lo a entrar e deixou a janela entreaberta. Sabia os riscos que corria, mas a sua curiosidade venceu todos os seus receios e entrou. Lá fora o dia que já era noite, apenas iluminado pelas luzes dos carros que circulavam nas avenidas e pelos raios da trovoada, transformara-se num autentico diluvio e até o seu poiso já se encontrava fustigado pela chuva que caia tocada pela força do vento.
O rosto sorria-lhe, ficou apreensivo nunca um humano lhe tinha sorrido. Geralmente gritavam-lhe ou riam-se quando ouviam a sua voz estridente a imitar as gargalhadas dos humanos. O mesmo som que ouvia nesse preciso momento. Olhou em redor e viu um outro corvo, uma fêmea, que voara de cima de um móvel e poisara no ombro do ancião, onde debicava as migalhas por ele lá deixadas.
Domingo, 16 de Setembro de 2007
Aceitam-se sugestões... ;) Neste corvo também entra
Corvo também entra!
O céu estava cinzento escuro e com o passar dos miunutos escurecia ainda mais. Dentro de alguns instantes a silhueta negra que repousava em cima de uma gargola de Notre Damme deixaria de estar visível para os transeuntes e fotógrafos de férias com as suas máquinas último modelo que não sabiam usar e tinham adquirido pelo tamanho. O corvo aninhava-se no desconforto da pedra e com os seus imenso olhos negros observava o que o rodeava... esperava o anoitecer para poder voar pelas ruas e roubar pedaços de comida aos incautos que estavam na esplanada. Era boa a sua vida de pássaro vagabundo e incógnito durante as noites.
Quando a noite caia já negra como breu, céu sem estrelas nem lua, ele abriu as suas asas, esticando-as, alisou uma ou outra pena e levantou vôo!
Fez vôos rasantes a todas as árvores acordando com o seu grito de corvo todas as aves que ali se aninhavam em descanso... Estavam furiosas!
Dormiria em Saint-Germain amanhã!
A noite estava escura e com nuvens a anunciar tempestade e as esplanadas estavam vazias. Pousou num parapeito, a casa estava na penumbra. Aninhou-se ali... pelos primeiros raios de sol a janela abriu-se devagarinho. Um rosto marcado pela idade sorria-lhe... deixou-lhe migalhas! Ele sentiu-se insultado... um corvo predador não queria migalhas, sabia procurar o que lhe apetecia. Levantou vôo e naquele dia de ventos fortes foi roubar pedaços de crepe num jardim.
Ele era um predador, e muitas vezes também ladrão, mas jamais seria um animal domesticado.
Embora partilhasse com as “cuscas” da cidade e as beatas das muitas igrejas parisiences…um requintado gosto pela vida dos outros… saboreado com a ocasional “delicatesen” de corvo… era um animal, não uma pessoa. Procurava o que necessitava para sobreviver e como “sobremesa” observava pessoas. Emitia muitas vezes sons idênticos a gargalhadas… que provocavam horror, espanto ou susto mas, era aquela a sua voz e, deleitava-se orgulhosamente em a usar fazendo-se notar quando assim lhe apetecia.
@ Como devem ter percebido este conto não está, nem próximo disso, terminado! Como já fizemos noutras vezes e sempre com agradáveis surpresas...
Aceitam-se, continuações ou finalizações...
Boas leituras!
Crowe