Ha momentos na vida que só penso que não existo,
que penso que a vida é algo que me ultrapassa,
transcende,
não sei que fazer
que pensar,
espero que me passe,
que a vida acalme,
me sorria,
nesses dias o sol brilha,
tudo é belo e colorido,
já não me estendo ao comprido,
o momento é único,
só meu,
agora é a minha vez,
de sorrir,
de cantar,
partir à aventura,
sair por aí como um louco,
sem destino,
sem nada para fazer,
sem nada a comprometer,
prometer.
vou,
só para não dizer que fico,
para não ser mais um poeta,
que está aqui,
mas não está,
sou o mundo,
sou tu,
sou eu,
sou toda uma vida a correr,
e no entanto,
nada me apetece fazer.
Nestes dias que cruzam as nossas vidas,
dias em que o amanhã não importa,
o passado está distante,
ausente,
apenas uma sombra do que foi,
de dias esquecidos pelo tempo,
nestes dias,
sem saber para onde ir,
por onde ir,
como estar,
como ser,
em dias cinzentos,
de águas que choram dos céus,
de olhos de anjos,
sem asas,
cegos de dor,
caídos,
em dias escuros,
olham por nós,
em dias sem sentido,
sem nexo,
confusos,
de ilusões de dias melhores,
que cruzam as nossas vidas.
Nunca estamos verdadeiramente sós,
temos no peito quem nos ama,
temos na mente o que fomos,
o que somos ,
enquanto nos lembrar-mos de nos,
nunca estaremos sós,
abre a janela,
deixa o sol entrar,
deixa a luz iluminar o teu mundo,
escuridão onde te encontras,
deixa a tua vida sorrir,
pois não estás só,
andando sempre em frente,
sem destino nem rumo,
perdidos no mundo,
vem,
vem perder-te comigo,
quero-me perder na tua doçura,
perder o norte,
abandonar-me á sorte,
na esperança de encontrar,
espero que sejas tu,
não te ocultes nos segredos,
espero que seja-mos nós,
caminhando lado a lado,
um dia alcançar,
a paz,
enfim não sei
Aquele som continuava a martelar-me a cabeça, o pássaro negro, poisado na ombreira da janela continuava a debicar o vidro, como que a querer dizer-me algo.
Observei-o atentamente, mas o meu sexto sentido não me dizia nada, nem agora nem da vez anterior que não me alertou para a aproximação daquele indivíduo, quem seria? Um marginal que passou por ali casualmente ou alguém á minha espera com o intuito de me assaltar ou de simplesmente me deixar naquele estado? Novamente o meu instinto nada respondia, não conseguia vislumbrar nada para além do cheiro a éter, pelo menos agora o cheiro a sangue e a vomitado já se tinham ido. Mas o pássaro continuava ali, insistentemente a debicar o vidro, como se quisesse testemunhar algo, eu vi tudo eu posso contar, ouvi a Rita a gritar, “ cuidado” e ele a esfaquear-te como se tivesse uma raiva incontida, como se lhe tivesses feito algum mal.
Tentei recordar-me da sua face, mas a letargia invadiu-me novamente, a vontade de me aninhar em mim mesma, deixar-me ficar naquela posição fetal, envolta em lençóis brancos, abraçada pelo silencio apenas quebrado pela matraquear do bico no vidro.
Alguém entrou no quarto, deixei-me ficar como se estivesse a dormir. Pressenti um vulto, uma presença junto a mim, media-me a tensão, tirava-me a febre, ao sentir o contacto na orelha não deixei de estremecer. Abri lentamente os olhos vi uma enfermeira a sorrir entendendo-me um copo com agua e uns comprimidos. Tentei falar mas fez gesto universal do silencio e saiu assim como entrara de mansinho como não quisesse incomodar.
Até o asa negra tinha deixado de bicar o vidro e observava atentamente em pose de quem vai atacar ao mínimo movimento suspeito, era impressão minha ou parecia-me que sorria, quase que conseguia ver um sorriso no seu bico negro, e um leve piscar de olhos. Abriu as asas como a querer envolver-me num manto protector e adormeci de novo, um sono sem sonhos.
Quantas vezes na vida depara-mos com os indícios, eles estão lá, mas por uma razão ou por outra não lhes ligamos. Ou porque estamos distraídos, menos atentos, ás vezes mais frágeis, ou porque simplesmente pensamos que aqueles sinais não são para mim, é impossível isto não pode estar a acontecer. Então refugiamo-nos cada vez mais em nós próprios e ignoramos todos os alertas. Até que um dia o destino, o acaso, ou outra coisa qualquer atira-nos ao chão e deixa-nos prostrado, sem reacção apenas recebemos um grito de aviso, mas mesmo assim já é tarde demais. Por vezes temos a sorte de ter um anjo da guarda, pode ser qualquer coisa, até um asas negras, mas por outras vezes isso não acontece. Mas porque raios não olha-mos duas vezes antes de atravessar??
Dia 13-10.2006 enquanto ouvia "Caçador de mim" na travessia do tejo ( também posted in Vamps)
Mundo estranho,
este onde navego,
de mares etéreos,
marinheiros cegos,
sem norte,
cujo rumo não descubro,
protegidos na sua essência,
por escudos protectores de fogo,
ocultos no nevoeiro deste mar que me cerca,
rodeia,
como um polvo,
cujos tentáculos perderam ventosas,
emergido dos abismos,
libertos por garras,
disfarçadas de mãos,
de memórias colectivas,
indivíduos sem nome,
neste mar de cânticos de sereias,
sedutoras,
de voz melodiosa,
de cauda de medusa,
que encantam,
numa viagem sem destino,
sem fim,
num mar de círculos,
eterno retorno,
que empurram,
numa descoberta de mim,
tornando-me presa,
caçador de mim.
No mesmo dia, no regresso a casa enquanto ouvia “words don+t came easy ... na mesma travessia ...
Palavras,
abstratas,
literais,
levadas ao exremo,
da arrogancia,
ignorancia,
iluminados,
gente cujo objectivo,
nada é mais que a palavra,
veículo de imagem,
dissecada até mais nada restar,
arma de dois gumes,
afiados,
sem sentido ou glória.
Palavras,
ao passar dos tempos,
já nem lembro,
as letras de ontem,
seus significados,
apenas o sentir,
o que está para além do que foi dito,
pensamentos,
na linguagem dos gestos,
dos corpos,
tal caçador de mim,
preao no meu mundo,
no que penso,
no que sinto.
Olá pessoal desculpem a minha grande ausência mas não foi porque eu o desejasse, ou que tenha sido culpa minha. Bem até foi, pelo menos a seguradora diz que sim e alem disso também tive uns probs técnicos, que já foram resolvidos, para voltar a postar. Volto então para grande alegria minha e também vossa ( penso eu de q ) re inicio esta nova ronda com um post que escrevi já há algum tempo a pedido de uma amiga nossa também bloguista. Mas como ela nunca o postou porque encerrou o blog, eu resolvi posta-lo aqui neste nosso espaço :) espero que gostem.
Eu, parto do principio que sabem quem sou, sou o Passodianisto , ou simplesmente o Passo, ou o Passito, e até o Passadito ... quanto s mulheres bem toda a gente sabe o que s ão, não vale a pena estar aqui a discursar sobre algo que toda a gente conhece. É Claro que todos conceitos, ideias, até ideais de mulher s ão diferentes de pessoa para pessoa mas numa coisa quase ( penso eu) toda a gente est á de acordo, é apenas num pequeno ponto quando se trata de mulheres. Geralmente, até as próprias mulheres o dizem ( isto é baseado num estudo cientifico elaborado por mim ao longo destes anos de trabalho, de convívio etc etc ) não gostam de trabalhar com outras mulheres. Não faço a mínima ideia porquê, mas é uma ideia que toda a gente ( ou quase toda ) me transmite .. – ep á /a> trabalhar com mulheres?? tu t s doido.
Pois eu até de doido tenho um pouco, ou um muito ... enfim adiante ... aqui h á uns anos trabalhei numa secção de um serviço público em Almada. Eu na companhia de 6 mulheres ( leram bem ... s ó eu mais 6 mulheres) foram 3 anos em que passava a maior parte do tempo alheado do meio ambiente, invulgarmente absorvido pelo trabalho.
Naquela secção havia de todo o género de mulher, casada, solteira, divorciada e viúva.
A casada A, que tinha um vozeirão que se ouvia nos corredores da repartição toda. Bebia não sei quantos caf s por dia e era, como eu, dos primeiros a chegar e é certo que assim que me via começava logo o ros á rio ... ep á /a> ó Zeuzinho (chamavam-me Zeu .. não é que eu seja um deus grego, sou um rapaz normal) tu viste aquela cena que a não sei quem disse??
Eu era o confidente, contava-me tudo o que se tinha passado na secção no dia anterior .
A casada B , uma rapariga recatada, o exemplo típico da mãe de família, s ó quando lhe chegava a mostarda ao nariz é que soltava as garras ( enfim como toda a gente).
A solteira A, a típica solteirona que ficou para tia. Com ar de “Madre Teresa de Calcut á era o que as outras lhe chamavam ... juro.
A solteira B tinha alguns problemas físicos, umas limitações, mas quando tocava o clarim era a primeira a correr e então quando era a falar ninguém a calava .. que rica língua a mulher tinha s
A divorciada, assim com ares de mulher fatal, mas com montes de problemas psíquicos. Sempre muito nervosa, era a “Capacho da chefe” elas é que o diziam s
A viúva, do género viuva alegre, a nossa ilustre chefe. Cinquentona, sempre pronta para as farras, e segundo constava, fadista em solteira ... que tinha uma bela voz tinha.
Em dias em que vinha assim a pensar um pouco mais na idade levantava a saia e perguntava. –Ó Zeu ainda tenho uma bela perna?? ... ao que eu respondia que sim, que tinha uma bela moca s .. ela ria l á baixava a saia debaixo dos assobios das outras.
Um certo dia, mais concretamente no dia 14 de Fevereiro de um ano que j á não me recordo, a Viúva pergunta-me.
- Ó zeu então o que é que a esposa te ofereceu no dia dos namorados.
- Deu-me umas boxers brancas com umas manchas pretas ( a imitar a pele de uma vaca) , com umas barras vermelhas na cintura e nas pernas e na braguilha ( daquelas s ó com um botaozito ). E á frente com uma imagem ( um boneco) de uma vaquinha.
- Ai devem ser muito giras, quando as vestires tens que as mostrar.
- Por acaso até as trago vestidas.
Logo tudo em coro .. – Mostra, mostra, mostra
Como insistiram tanto eu l á acedi, e aqui o bom do vosso amigo toca de baixar as calças. Não é que de repente ficou tudo calado e a olhar. Olhei para baixo e não é que o raio da vaca “ estava com o rabo de fora”. Em vez de subir as calças tentei ajeitar as boxers (amigos nunca façam isso) mas o caraças do “rabo” cada vez saia mais pela braguilha.
L á consegui, no meio de muita risada, subir as calças e garanto-vos, para quem me conhece pessoalmente, nunca corei tanta na vida como naquele dia.
§ Momentos
§ Noite
§ Toca-me
§ Corvo também entra ... co...
§ Aceitam-se sugestões... ;...