Quinta-feira, 30 de Março de 2006
Ressaca da realidade

Hoje,
estou de ressaca da realidade,
da minha realidade.
Sinto a alma embrulhada
em escuridão e vazio
O hálito forte
com o sabor amargo
da tua ausente presença.
As paredes brancas,
e o céu tão negro,
de uma imensidão que parece
esmagar-me ...
confusão,
dor,
vazio ...
tento abrir uma janela ...
olhos rasos,
quase cegos ...
tontura ...
Ouço os passos do silêncio ...
ausencia!
Sou violentamente atirada para o vazio
em ondas de agonia!
Mas sinto-te,
sinto-te chamar por mim,
GRITA!!!!!
És tu!?
Quero-te!!!
mas não te quero em mim,
assim,
aqui!
Perco lentamente
todas as forças,
e encontro-me,
por mim,
por ti...
Vem!
e embriaga novamente a minha realidade
ainda que por breves momentos.
@ um lindissimo poema da minha amiga A Morena
Segunda-feira, 13 de Março de 2006
Mulher

Desculpem eu sei que estou um pouco, bem quer dizer, muito atrasado, mas no dia em questão estava a dar novamente entrada no Outão. Qualquer das maneiras aqui deixo o meu pequeno contributo :)
Mulher,
que luta,
sofre,
grita,
ri,
chora,
ama,
recordada apenas
uma vez por ano,
tendo no restante tempo,
uma outra condição qualquer,
de mãe,
amante,
amiga,
doméstica,
trabalhadora,
como se se podesse separar,
dividir,
perder a sua essência,
a sua condição,
de mulher a tempo inteiro.
Quinta-feira, 2 de Março de 2006
...
Sou a minha própria passagem
Que alterna o meu sonho de gigante
Com o sorriso que desfalece sem coragem
Escondo a dor e sigo adiante
E este coração de fio-de-prumo
Vertical como a cicatriz que tutela
O passado do qual quis fazer rumo
Ajoelha-se mudo em saudade singela
Perdido na carne feita poesia
Nesse leito onde habitei e não me revejo
Onde fizemos noites de dor e de folia
Em honra ao cadáver que é o teu beijo