Quarta-feira, 30 de Novembro de 2005
Serra

Ao longe a serra,
sorri para mim,
estende os seus braços,
para o mar,
num desafio,
grita,
sou mais alta,
não me consegues transpor,
por muito que insistas,
não me consegues derrubar,
o mar,
imperturbavel,
continua o seu constante vai e vem,
pacientemente,
com calma,
em ondas amenas,
ou em grandes vagas,
numa lenta erosão de vontades,
continua sem se demover,
numa eterna certeza,
de quem atingue os seus fins,
na certeza inamovível que um dia,
alcançarei o seu topo.
A serra sorri para mim,
diz ser velha,
no dia que eu chegar ao topo,
não ficarei,
continuarei o meu caminho,
e ela continuará a estender os braços,
a desafiar o mar.
Não posso deixar de sorrir,
para mim,
para a serra,
esperarei pacientemente,
pelo momento da subida,
o contemplar do mar,
seguir o meu caminho,
saber que posso sempre voltar,
não pode deixar de sorrir.
Segunda-feira, 21 de Novembro de 2005
Sonhei contigo

Esta noite,
sonhei contigo,
com a luz das estrelas,
que brilhava no teu olhar,
com a lua,
que bailava no teu sorriso,
juntos,
voamos pelo firmamento
navegamos pelo universo,
descobrimos a galáxia,
banhamo-nos na via láctea,
um sonho de descobertas,
na aventura,
do sonho,
até ao limite do sub consciente,
esta noite,
sonhei contigo,
deixei-me levar,
nos teus braços.
Terça-feira, 15 de Novembro de 2005
Alucinado

Eufórico,
volátil,
esta sensação,
de absorção ao contrário,
carregado de incoerência,
nirvana,
desvairio alucinogénico,
num curropio sem regras,
ordem ou lógica,
carrocel colorido,
numa onda alucinante,
sem pés,
nem cabeça,
sem ancora,
à deriva,
até ao momento,
que se dilua,
na sanidade que resta,
no lastro que teima em ficar,
aterre,
coloque,
não os pés,
mas a cabeça,
bem assente entre os ombros.
A malta que me desculpa mas ultimamente isto tem sido só navegar heheheheheheeh :s
Quarta-feira, 9 de Novembro de 2005
Morfina

Ola pessoal, desculpem a minha ausência, mas esta foi forçada por um pequeno, diga-mos obstáculo que se colocou á frente da minha moto e me partiu uma perna.
Neste momente ainda me encontro no hospital e como arranjei uma ligação wireless irei passano por aqui conforme me for sentindo.
Hoje deixo um poem que escrevi quando me mudaram o penso entre a primeira e seggunda operação,
Um muito obrigadu p todos beijos e abraços respectivamente hehehe
Ó santa morfina,
que tiras ao corpo a dor,
tinhas de ser femenina,
bendito seja o teu inventor.
Também podes causar muito mal,
isso é bem verdade,
podes deixar o pessoal,
de ti cheio de saudade.
Podes ser coisa boa,
também podes destruir,
deixar o pessoal à toa,
há sempre que saber decidir.
Mas quando chega a hora,
e não se consegue manter a posse,
há que gritar sem demora,
" ó Srª enfermeira traga lá mais uma dose".