Quarta-feira, 22 de Junho de 2005
Fim
Desejo,
quem o matou?
onde reinavam carícias,
impera a solidão,
nem um simples toque,
os beijos intensos,
doces quentes,
de línguas ansiosas,
sequiosas,
são apenas uma recordação,
que dói,
um longo momento que passou,
acabado o desejo,
finda a paixão,
que resta agora?
indiferença?
Desejo,
Aniquilado,
pela loucura da mente,
o devaneio do coração,
que se encontra seco,
sugado pelos anos,
pelo passar dos tempos.
Desejo onde estás tu?
será que voltas?
tal qual fenix?
para voltar a iluminar
aquecer
a alma.
Terça-feira, 21 de Junho de 2005
Fim de tarde
Na tarde que finda,
num mar de sombras,
apenas desperta,
por raros raios de sol,
ténues,
brilhantes,
centelhas de luz,
pequenos pirilampos ,
que vagueiam,
ao entardecer,
nas sombras que se aproximam,
rasgadas,
apenas pelo brilho dos teus olhos,
que me fitam,
imensos,
serenos,
no entardecer,
de mais um dia que termina,
iluminado por farol,
que nunca se apaga,
pois bate forte,
avisando,
que o dia não terminou,
apenas está a começar.
Segunda-feira, 20 de Junho de 2005
Sorri
Sorriso lindo,
que me encanta,
deslumbra,
faz sonhar,
numa dança sem fim,
rodopia-me os sentidos
continua a sorrir para mim
esse sorriso,
doce e triste,
que me ilumina,
só porque existe,
quando não sorri
deixa a saudade
o seu doce embalar,
fica para recordar.
Quinta-feira, 16 de Junho de 2005
Passagem
O tempo passa,
vai deixando as suas marcas,
não apenas as físicas,
aquelas que nos são visíveis,
quando olhamos no espelho
também deixa o brilho especial no olhar
por aquele momento
aquela palavra na altura certa
um abraço carinhoso
deixa também os sulcos das lagrimas
vincadas a fogo no rosto
muito mágoa que nos fez sofrer
deixa também uma alma forte
que deixa a sua marca
no que toca
em quem toca
afinal
marcas são apenas
uma vida cheia de plenitude.
Quarta-feira, 15 de Junho de 2005
Acaso
Passado tanto tempo,
ainda me deixas pensativo,
na dúvida,
se foi apenas um simples acaso,
mera coincidência,
o nosso encontro,
naquele local.
Passado tanto tempo,
ainda mexes comigo,
da mesma forma,
como naquele dia,
de acaso,
coincidência?
Passado tanto tempo,
ainda tenho gravado,
o teu sorriso,
a tua forma de ser,
que tocou o meu.
Passado tanto tempo,
ainda acredito,
que acasos,
coincidências,
não existem,
não acontecem,
tudo tem o seu propósito,
o seu fim.
Segunda-feira, 13 de Junho de 2005
Tédio
Sem nada para fazer,
de ócio carregado,
quem iria aborecer,
quem seria o entalado.
Podia ir até à praia,
ou deixar-me ficar a dormir,
lembrei-me vá pra fora saia,
há muito portugal para descobrir.
Pensei afinal é feriado,
do nosso querido santo antónio,
eu para aqui tão rei pasmado,
ó rico ná seja psidónio.
Abanei a cabeça,
sacudi o corpito,
tou á espera que algo aconteça,
com uma lanzeira que eu nem acredito.
É melhor pensar no almoço,
pode ser que me levante a moral,
uma sandes de tremoço,
e já não está nada mal.
Indecisão provoca dor,
e já que não passo disto,
vou ficar agarrado ao computador,
afinal sou o Passodianisto.
Quinta-feira, 9 de Junho de 2005
...
Senti-me tocado por alguém. Uma mão que pousava suavemente no meu ombro. Viro-me e vejo uma linda mulher olhos verdes, quase da minha altura, cabelo escuro. Perguntou-me num inglês perfeito. - Escuse me can you tell me were is the Natural Museum. A minha primeira reacção foi responder-lhe em português. desculpe mas não sou ... ela deu uma pequena gargalhada e respondeu em português. - Realmente bem dizem há sempre um português em todo o lado. Sorrimos ela tinha um sorriso deslumbrante, aliás agora que reparava bem, tudo nela era deslumbrante. Peguei no meu mapa e lá descobrimos o museu ela agradeceu e com um sorriso disse-me adeus e quem sabe até breve.
Fiquei sem saber o que fazer e quando dei por isso já se tinha sumido numa das movimentadas artérias da cidade.
Continuei o meu passeio mas ela nunca mais me saiu da cabeça durante o resto do dia, aquele sorriso, aquele olhar, a sensualidade do seu corpo. Quando dei por mim já estava na hora de regressar ao hotel. Dirigi-me ao bar para tomar uma bebida fresca pois o calor ainda se fazia sentir. Sentei no balcão, pedi um gin tónico, quando já me encontrava a beberricar senti alguém a tocar-me no ombro É realmente há sempre um português em todo lado. Não consegui deixar de sorrir, encontrava-se à minha frente, o mesmo sorriso o mesmo olhar.
- Acompanha-me?
- Claro que bebe?
- Gin Tónico. Pediu o mesmo.
- Sentamo-nos um pouco? As suas indicações foram boas mas fizeram-me andar um pouco mais.
- Desculpa possivelmente li mal o mapa, que posso fazer para me redimir?
- Convide-me para jantar, pois detesto jantar sozinha.
- A que horas quer que a espere, pode ser aqui?
- Sim, pode claro que pode às 19?
- Cá estarei.
Janta-mos num restaurante acolhedor, a sua companhia era algo de refrescante, alem de sensual era inteligente, uma verdadeira uma em duas o que fazia a companhia perfeita. Depois fomos dançar a um dos inúmeros clubes da cidade. Bebemos um pouco mais do que a conta. Quando me convidou para dançar nunca pensei que me fosse enlaçar pela cintura, encostar o seu corpo ao meu. Senti-o quente, os seus seios duros de encontro ao meu peito, o meu corpo estremeceu. Ela respousou a cabeça no meu ombro e deixou-se ficar sossegadamente. Fiquei sem saber que fazer, estaria eu já a fazer um filme no meu cérebro, já um pouco entorpecido, quer pela companhia quer pelo álcool, seria sonho ou apenas estaria um pouco cansada do dia, da noite, ou a bebida já estava a fazer um pouco de efeito. Senti as suas mãos a acariciarem-me as costas e não resisti a dar-lhe um leve beijo no pescoço. Aninhou-se mais no meu corpo, como se tal ainda fosse possível e segredou-me.
- Volta-mos ao hotel?. Acedi e regressamos. No taxi não resisti e beijei-a nos lábios a sua
língua procurou a minha.
Chegados ao hotel, ficamos a olhar um para o outro e ela decidiu-se.
- No meu quarto.
Subimos, imerso no brilho daquele olhar que me deixava perdido e ao mesmo tempo pensativo ... será um sonho, irei acordar ... que está por detrás daquele olhar verdejante que me deixa assim sem defesa?
Com um sorriso nos lábios abriu a porta do seu quarto puxou-me suavemente pela camisa e mergulha-mos num mundo dos sentidos ... do desejo ...