Quarta-feira, 25 de Maio de 2005
Riso V(para não variar atrasado mas deste não peço segredo... confesso)
Saía de casa todos os dias à mesma hora, com o cabelo impecavelmente penteado e a roupa alinhada e muito engomadinha. Não usava óculos de sol nem maquiagem. Comprava a imprensa no quiosque da esquina e se perguntarmos ao Sr. João ele responder-nos-á que nunca lhe deu troco, ela tinha sempre o dinheiro certo!, nunca lhe ouvia a voz num cumprimento matinal.
O nome dela era Ana. Vivia num prédio antigo de Lisboa, provável herança de alguma tia solteirona e apaixonada por gatos.
A Ana mudou de casa quando mudou de emprego. Era paciente e tão silenciosa que por vezes se esqueciam de ela estava presente. Não era triste nem feliz. A Ana era a Ana! Eficiente, meticulosa, perfeccionista!
Ai se vocês soubessem
Se eu vos contasse
Aieeeeee se eu Falasse
A Ana não falava, não queria! Abominava os seres humanos, nem queria ser um! Tornou-se budista?! Não sei ela nunca mo disse. Não falava!
Dos seres humanos que a Ana ainda aceitava e os poucos a quem ainda sorria eram os pais, já velhotes, e uma rapariga louca sua vizinha de andar: a Mariana!
A Mariana não falava sobre a Ana. Não falava sobre a vida pessoal da Ana pelo menos. Mas dizia tanto sobre si que logo perdíamos o interesse na Ana! Nem era a beleza dela que interessava era a forma esfusiante como falava sempre a precisar de atenção!
A Mariana trabalhava no que aparecia: cafés, restaurantes, livrarias, fotografias
aparecia, a Mariana fazia! Passava as noites nas discotecas e os dias nos alfarrabistas da Baixa. Era extrovertida de tal forma que devia tomar speeds mas tinha uma característica humana e muito preciosa: um segredo era-o sempre
especialmente quando ninguém lho pedia. A Ana adorava a Mariana de cabelo colorido e esgrouviado que lhe fazia partidinhas na rua e lhe guardava todos os segredos que não dizia!
A Mariana adorava a Ana porque ela olhava-a e via-a! Se perguntássemos à Mariana o porquê da sua amizade com a Ana ela respondia entre sorrisos:
Ai se vocês soubessem
Se eu vos contasse
Aieeeeee se eu Falasse!
A Ana e a Mariana eram amigas
uma falava muito e a outra via! Ambas riam do que sabiam, viam, partilhavam
O que interessavam todas as convenções? O riso genuíno unia-as!
J

@texto devido às ex- edições Pluma, ex edições aqui no blog porque ela agora tem uma editora só dela! ;)
Risos IV - Sorriso de Adeus!

Eu sorri naquele instante,
Sorri ao ver-te partir.
Nunca julguei ser tão fácil,
Dizer Adeus para sempre,
Dizer Adeus a Sorrir!
Nesse momento eu soube,
Aprendi uma lição,
Que a amizade fingida,
É uma faca de dois gumes,
Apontada ao coração.
Mas resguardo o coração,
Destes percalços da vida
E vou espalhando sorrisos,
Que não sejam submissos
Mas que me façam viver,
Para Sempre, Eternamente,
Ou então,
Até Morrer!
@ Igara
As ex edições Pluma hehehe publicam um prometido Risos hehehe espero que gostem :)
Terça-feira, 24 de Maio de 2005
Ron Ron

Ron ron faz o gato,
quando finalmente lhe abrem a porta,
olha a dona embevecido,
repousa o seu olhar ambarino,
nas doces mãos que o afagam,
finalmente sossega o seu lado felino,
as garras ocultas,
recolhidas finalmente,
deixaram as suas marcas,
na porta que por fim foi aberta.
Sexta-feira, 20 de Maio de 2005
Mundos

Entrei,
um mundo novo,
de cores brilhantes,
mais suaves,
linhas delicadas,
onde o som reina,
o intenso das luzes,
reflecte sensualidade,
só os olhares traem,
corpos,
seguem o seu ritmo,
em sintonia com outros,
com o outro,
palavras,
ditas em segredo,
em silêncio,
corpos ardentes,
suados,
febris,
ansiosos,
em atmosfera densa,
de fumos,
na penumbra da noite,
procuram,
o seu momento.
Quarta-feira, 18 de Maio de 2005
Sentados

Sentada a meu lado,
falamos do mundo,
olhamos a vida,
nem sempre modo profundo,
tentando encontrar via,
para sairmos desta situação,
emaranhados,
pela nossa própria confusão,
embrulhados em casacos,
tecidos por outros,
em memórias e papel,
que não são as nossas,
andamos num eterno ciclo,
a tentar descobrir os porquês,
os segredos,
ficando aos poucos,
tingidos de branco,
perdidos em círculos,
que nada os esclarecem.
Sentada a meu lado,
choras e ris,
porque simplesmente,
não entendemos as teias da vida.
Sexta-feira, 13 de Maio de 2005
Viver

Amar é simples,
vivê-lo é difícil,
sentir é fácil,
demonstra-lo por vezes não,
a vida é fácil,
só complicada por nós,
no nosso egoismo,
na nossa eterna mania,
no nosse toque de Midas,
de transformar,
o simples no complicado,
de ocultar o sentimento,
só porque nos dá dor,
só porque temos medo do amor.
Quinta-feira, 12 de Maio de 2005
Pôr do Sol

Sentada na areia branca da praia, sentia o sol a acariciar-me a pele. Os meus dedos brincavam com a areia deixando-a escorrer entre os dedos, fazendo pequenos desenhos. Inconscientemente desenhei o teu rosto, as tuas formas firmes de linhas direitas corpo esbelto, a tua face como que sorria para mim. Sorri, pois imaginei o teu rosto, os teus olhos profundos o teu sorriso franco que me deixava sempre desarmada, um pouco sem jeito, como que a perguntar ris de mim ou para mim?
Lembrei o dia, o fim de dia, em que nos conhecera-mos naquela mesma praia. Um dia como o de hoje, o sol declinava mas ainda estava quente convidava a um banho demorado nas águas límpidas, de azul intenso daquele oceano. Como naquele dia, também me fui despindo ficando só em biquini e também me dirigi para a água só que naquele dia surgiste tu, do mar repentinamente, estava tão absorta nos meus pensamentos que nem tinha reparado que alguém ainda se encontrava dentro de água.
A tua silhueta desenhada no horizonte na sombra de um pôr do sol que lentamente ia apagando a luz do dia, dando uma cor de vermelho fogo ao entardecer. Passaste por mim e sorriste-me, não sei porquê disse-te olá como se fosses um velho conhecido respondeste, com uma voz quente, que me fez sentir parte daquele pôr do sol vermelho.
Entrei na agua, estava gelada, ou seria o meu corpo que estava a arder, seria do por do sol ou de algo mais. Dei umas braçadas enquanto o teu sorriso bailava nos meus olhos e a tua voz brincava com os meus ouvidos. Fechei os olhos e vi o teu corpo vermelho senti dor, não, era dor mesmo. Uma cambra e não conseguia nadar, senti-me afundar, tentei gritar mas não conseguia a agua parecia que tinha ganho vida e tapava-me a boca, os braços não obedeciam ao meu comando eram apenas gestos, de repente sinto dois braços agarram o meu corpo, sinto um corpo a encostar-se ao meu, e aquele voz tenha calma eu ajudo-a .. deixe-me tira-la daqui vi aquele sorriso e deixei-me levar por aqueles braços que me deixaram ainda sem mais forças. Deitou-me na areia perguntou-me se tinha sido uma cambra ao que respondi q sim. Fez-me uma massajem na perna, senti um arrepio, não sei se de frio, ou se seria o sol que se escondia deixando aparecer uma lua cheia, brilhante ainda tingida pelo vermelho do sol, que me tinha retirado todo o calor, ou simplesmente aquelas mãos que massajavam a minha perna como uma doce caricia.
- Já se sente melhor? - ainda dói um pouco ... e senti o por do sol na minha face o meu corpo sentiu o calor que me aflorava ao rosto e deixei-me ficar a sentir aquelas mãos q me acariciavam a pele. Ele parou e olhou para mim, pareceu-me ver um quer que continue? Toquei-lhe a face beijei-o nos lábios e senti o por do sol fundir-se com a lua numa vaga de calor que só foi acalmada pela rebentação da maré que nos foi encontrar de corpos nus enrolados na rebentação das ondas.
Ouvi uma voz a meu lado mamã, mamã também quero ir pá ága contigo, o papá já está a sair. Olhei e saído do mar vinhas tu, com esse teu sorriso que me tirava o jeito e o corpo moldurado por um pôr do sol vermelho.
Continuando um repto daqui
http://pracadarepublica.weblog.com.pt/arquivo/cat_femininomasculino.html