Embalado,
num ritmo constante,
de pouca terra,
pouca terra.
Desfilam,
perante mim,
frondosas matas,
onde escravas,
matam o desejo,
a amos incógnitos,
apenas rostos.

Desfilam,
casebres,
onde gentes,
padecem,
dura existência,
no limite,
da condição humana,

Desfilam,
armazéns,
fábricas,
de lucro fácil,
onde a condição humana,
é pesada,
em vil metal,
que faz girar
a humanidade.

Desfilam,
caixotes,
de vidas amontoadas
que lutam,
pela sua própria condição.

Embalado,
pouca terra,
pouca terra,
chego ao o rio,
que alheio,
a toda essa azáfama,
ferido,
por todas essas vidas,
condições,
não deixa de correr,
de encontro,
ao seu destino.

Hoje despi-me
Mordi a maçã
Vesti-me de serpente
Envolvi-te no meu Eu

Fundi a minha pele com a tua
O meu cheiro com o teu
Sorvi os teus lábios
Senti a tua pele quente....

Hoje despi-me
Transformei-me numa gota
Rolei pelo teu corpo
Transformei-me num rio

Cai no teu mar
Formei ondas, tempestades
Naveguei em ti
Ao sabor dos ventos

Hoje despi-me
Transformei-me num olhar
Quente ,doce,
Languido e ansioso...

Hoje despi-me só para ti....


@ Autora anónima do século XXI


Mais um belo poema desencantado, a ferros, pelas edições Pluma, a foto só mesmo depois de muitas negociações heheheheeh

Pare de fumar,
Que fumar pode matar!!!!!

Vender armas o ano inteiro,
não interessa quem as compra!
Fazer outdoors, gastar pipas de dinheiro.
Escolas e hospitais...isso que importa?
Mas pare de fumar,
Que fumar pode matar!

Dizem que há sem-abrigo,
Dizem, porque eu nunca os vi!
Estou ocupado a salvar
Aqueles que insistem em fumar!
... e isso pode matar!

Fome em áfrica?
Azar de quem por lá fica!
Crianças comidas por moscas?
Devem ser toscas!
Mulheres traficadas para sexo?
Que coisa sem nexo!
Orgãos de contrabando?
Não sou eu que mando!
Tudo isso é coisa chata,
Mas .... não mata!
Importante é evitar
que se continue a fumar
...pois isso pode matar!!

Até já temos uma lei!
Pensam que isto não tem rei?
Armas sempre as houve,
áfrica fica tão longe,
a mosca nem se ouve,
e o sexo ... isso é história de monge!
Somos civilizados!!!!
Temos que tentar salvar,
os que insistem em fumar!
Pare de fumar
Que fumar pode matar!!

@fdarkeyes (fumador)
(inspirado num referão de uma música que não identifico)

Por vezes a vida,
é feita de escolhas,
será a felicidade,
o que procuramos?

Cruzamo-nos
com ela
nem sempre a vemos
porque estamos ocupados
com outras possíveis
escolhas
ou porque nos esquecemos.

As escolhas magoam
fazem-nos sofrer
mas mais tarde ou mais cedo
todos teremos
que assim o fazer.

Mas depois de encontrado
aquilo que se procura
escolha bem feita
sem sombra na alma
a felicidade
bate enfim á porta
e a vida simplesmente
acalma.

Beija!
Morde!
Abraça!
Entre abre as pernas: laça!
Fluí pelo mapa de saliva que desenhaste em mim
Como se pairasses sobre mim…
Suspira!
Geme!
Não desenlaces!
Percorre sem pressas o caminho Que traçaste
Abraça!
Como se nos fundíssemos num
Mordisca!
Bebe!
Frui de mim… em mim…
Comigo…
Serpenteia fluidamente…
Seu assassino do mundo lá fora…
Beija!
Enlaça… que o mundo lá fora…
Não acaba … os nossos gemidos abafam…
Recebe-me e frui comigo…
Assassina os sons lá de fora comigo…
Beija… marca…frui…abraça…
Enlaça!


@ Autora anónima do século XXI


Mais um belo e intenso poem com o carimbo das edições Pluma e uma foto a tentar apanhar toda a sua energia :-)

Fiquei de pagar,
o que tinha prometido,
fiquei de voar,
aquele sonho,
que pensavas esquecido.

Dizias,
que era o desejo,
que nele estava contido,
algo,
que antevejo,
que me está proibido.

Voemos juntos então,
para lá do firmamento,
até onde nos levar o coração,
segue-me em pensamento.

Promessa cumprida,
mas soube-me a pouco,
será que nesta vida,
terei algo de louco?

Viajei até ti,
para um sonho satisfazer,
foi algo que nunca esqueci,
que tens algo para me dizer,
foi o sonho em vão,
foi promessa vã,
foi tudo uma ilusão,
o que ficou para o amanha?

Noite,
abrigo,
de quem não se expõem,
refúgio,
de olhares,
onde a luz vacila,
esmorece.

Noite,
companheira,
de mais uma viagem,
onde os rostos se confundem,
num bailado de sombras,
deturpando os sentidos,
um mundo à parte,
onde as cores se esbatem,
a viagem parece,
mais longa,
intensa,
apenas um sonho