Segunda-feira, 21 de Fevereiro de 2005
Libertação

Suave e doce,
apareceu de mansinho,
não tomou posse,
mas já tem o seu cantinho.
Sempre muito reservada,
com ar muito triste,
vai cantando a vida passada,
e aquela que ainda existe.
E tu quem serás?
apareceste vinda do nada,
já chegaste ficarás?
ou serás também uma fada?
De coração despedaçado,
vai cantando com ternura,
vai desfiando o seu fado,
que a pode levar à loucura.
Espero que o futuro,
te trate com bondade,
seja muito menos duro,
e te traga felicidade.
Sexta-feira, 18 de Fevereiro de 2005
Traço
Olho...vejo
Desvio o olhar sem deixar de vêr...
Traço no papel, um risco fino
Desenho, crio...
Troco de folha
Faço um traço mais grosso...
Uso a borracha...apago o que fiz
Olho...vejo
Volto a desviar o olhar sem deixar de vêr a folha de papel
Experimento um novo traço...
Não é isto que quero!
Rasgo a folha...desespero
Olho...vejo...
Já sei...troco de lápis...
Troco de côr...
Forte...vermelho não
mas forte...
Castanho...natureza...
É isso...
Olho...vejo...
Não desvio o olhar da folha...
Apoio a mão e fixo o lápis...
Traço...um risco...
Não pode ser...
É igual...
Troco de folha...troco de lápis....
Volto a traçar.....
Fecho os olhos...já não vejo...
Continuo a traçar....
Páro....
Olho...vejo...
Não desvio o olhar...
Não tracei o que quis...
Tracei o que sentia!
Tracei o meu desejo...
Mas não tracei o que devia!
Misterios que se conhecem
![TNeric_032[1].jpg](http://versus.blogs.sapo.pt/arquivo/TNeric_032[1].jpg)
Todos te acham um mistério;
envolta em segredo
às vezes com um ar sério,
pensam se terás medo.
Medo não tens é verdade,
Séria nem sempre o és,
Gostas da tua privacidade,
E também de dar uns valentes pontapés.
Afinal quem serás?
até o mar esconde os seus baús,
talvez um dia sejas capaz,
e então se faça luz.
De excelente sentido de humor,
perspicaz e inteligente,
dá por vezes ar de doutor,
Até mesmo quando ferra o dente.
É bom ter-te por perto,
pessoa de pouca vaidade,
olhar atento e desperto,
é bom ter a tua amizade.
Corvos, passos e utopias.... (pequena carta aberta de uma pluma)
Sempre pensei que nunca me veria envolvida em virtualidades....
Sempre achei que as virtualidades, seriam palavras soltas sem sentimentos...
Sempre tive a certeza, que era superior e inatingível a uma data de coisas e situações «menores»...
Depois de algum tempo, mudei de ideias... conclui que as virtualidades na sua essência são «pessoas». Em alguns casos «PESSOAS»...
Descobri que entre muitas brincadeiras, emoções e sentimentos se descobria as verdadeiras «cores» dessas pessoas... J
Adorava ser pintora e pintaria algumas delas....
Pintaria os corvos de mil cores, não seriam uma «evolução» mas sim uma «revelação» todos os dias, uma cor diferente....
Pintaria os Passos do caminho da «virtualidade» de cores doces, suaves, poéticas, límpidas sem qualquer sombra no caminho...
Pintaria as Utopias, de sentimentos, realidades e emoções ....
Daria a todas elas formas, cores e relevos...
Seriam recordados para todo o sempre....
Penduraria cada um dos seus retratos numa parede....
Na minha PAREDE....
Não vou revelar a autoria hehehe apenas posso dizer que é de uma leitora, que encontrou nesta forma, a maneira de nos agradecer todos os pequenos momentos de prazer, que tem tido, ao ler-nos
Heresia
Olho para trás
para o caminho andado.
Será que fui perdoado?
Que raiva, meu Deus,
não ser um dos teus!
.. e teria que ser perdoado?
Será este o fado que me está guardado?
Sim Deus... é contigo que falo!
Estás aí?
Muito ocupado por certo,
para veres o que se passa aqui!
Diz-me, se é que me ouves:
eram precisos sentimentos?
Não Te bastava, para o homem, o barro
e para ela
a costela?
Para quê complicar tudo?
Nada dizes...deves estar mudo!!
Tinhas outra escolha à mão!
Se escolheste os sentimentos,
Porquê manter a razão?
Ok...já percebi!
Tentarei desenrascar-me sem Ti!
... mas se tiveres um minuto que seja,
faz qualquer coisa que se veja!
Quinta-feira, 17 de Fevereiro de 2005
Black Iced

Alguém já cantou,
que eras especial,
e ate pensou,
que eras única afinal.
Há quem se sinta atraído,
por essa inteligência,
e ande convencido,
que será uma boa experiência
E lá se perguntam afinal quem tu és,
que suscitas tanto interesse,
e que te fartas de dar com os pés,
em tudo quanto aparece.
Dizem que és de gelo,
sempre de nariz arrebitado,
que no nariz tem pelo,
olhar belo mas incendiado.
Um terrível gancho de esquerda,
e não são só ameaças,
não te importas de mandar á merda,
e eu digo ... ó pah és do caraças heheheheeheh
Quarta-feira, 16 de Fevereiro de 2005
Sem fôlego
Tira-me o fôlego
Retira-mo com um suspiro audível
Como se respirasses pela minha boca
Bebe de mim como se fora nascente
Dança com as minhas pernas
Sente com a minha pele
Não sei que se passa na minha cabeça,
Perdi todas as ideias e sorrio,
Um sorriso rasgado e feliz,
Por não as encontrar
Algures no meu âmago, no centro de mim,
Danço e pulo feliz!
Por perder a razão
o centro
O discernimento! O medo!
Tira-me o fôlego com um olhar que imagino
Que vejo de olhos fechados!
Sem fôlego, e de olhos vendados pelo tempo
E pela vida
encontraria o caminho a ti
Por entre massas de gentes
Multidões de obstáculos
Porque o caminho até ti é um suspiro audível
Um sorriso que dura todo dia e toda a noite
É mapa impresso na pele
De que sabemos e rimos
Como uma piada privada(que ambos sabemos)
E não divulgamos
Tira-me o fôlego
Percorre o mapa que traças-te em mim
Sente através de mim