Sexta-feira, 10 de Dezembro de 2004

Natais de infancia

 


Sonho acordado,


com tempos idos,


serões passados à lareira,


em casas de pedra,


ou á volta da fogueira


 


Contando historias,


de velhos de barbas,


que trazem presentes,


a todas as casas


 


Olhos brilhantes,


esperando a hora,


ficamos acordados,


 até ao surgir da aurora


 


     No peito bate forte,


     o  nosso coraçaozinho,


      e até parece que ouvimos o trenó,


      lá no fundo do caminho


 


     Tempos imemoráveis,


      na casa dos nossos avós,


      onde o natal era o carinho, 


      e nunca nos sentiamos sós

publicado por crowe às 11:13
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Segunda-feira, 6 de Dezembro de 2004

Hoje sou vida

Não moro mais neste espaço inquinado.
Sinto de novo o vento na penugem de falcão.
Abraço de novo as paisagens do mundo alado.
E embebedo-me na saúde deste meu campo de visão.
O meu sorriso sacudiu o pó da sua roupa.
E acorda os amantes nocturnos sem piedade.
Batendo às janelas nessa fúria vã e oca.
Enquanto brinca com as cinzas da fealdade.
Nasço Sol e mostro ao mundo a minha face.
Hoje sou vida e essência de amor beijado.
Deito-me Lua, sem mágoa nem disfarce.
Para acordar amanhã em solo fértil e renovado.





publicado por crowe às 13:57
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Quinta-feira, 2 de Dezembro de 2004

Segredos

Porquê esse mistério
tanto segredo
à volta do que somos
porquê tanto esconder
tanto ocultar
aquilo que já fomos
sombras que se movem
em torno da escuridão
protegendo
o identidade
no meio da multidão
em jogos chineses
projecções abstractas
por vezes concretas
mas nunca exactas
ocultas do mundo
em grande segredo
só se mostrando
quando está pronto o enredo
publicado por crowe às 10:14
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Quarta-feira, 1 de Dezembro de 2004

Conversas D´Almas

Um dia
sussurraste-me ao ouvido

Estou aqui,
cheguei finalmente,

Por onde andaste?
procurei-te em toda a parte,
em todas as imagens,
em todos os recantos,
até nas minhas memórias esquecidas.

Estive sempre aqui,
não te via,
mas sentia a tua presença,
pensei que eras um sonho.

Vieste para ficar,
ou é apenas passageira,
esta tua visita?

Não sei,
não há certezas absolutas,
só sei que te encontrei,
e vim dizer que existo.

publicado por crowe às 17:30
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