Adeus, adeus e até sempre, até nunca, até nunca mais. Foi a tua despedida feita com esse teu “ar” de quem está a “gozar” um prato requintado, saído dessa tua mente brilhante, nesse teu jeito “tortuoso” de pensar. Tudo é causa, tudo é efeito, nada é por acaso, basta estar-mos atentos aos sinais.
Desta vez não ouve mesa de café, nem beira rio, apenas Tu e Eu. Como de costume tu falaste tudo o que te ia na alma, despejaste-a até mais nada sobrar, esmiuçaste, dissecaste tudo com esse teu poder de análise, essa retórica que nada perfura, onde tudo foi estudado, examinado e repensado.
O alpendre da nossa casa parecia mais escuro nessa noite, onde as palavras, e os acontecimentos que se seguiram, deixaram apenas lugar para tristeza e mágoa. Mais uma vez tu falaste, eu ouvi. Tens razão em quase tudo o que disseste, quase ... quase. E mais uma vez a concha não se abriu, não gritou não se estilhaçou. Tentou argumentar mas as razões, de tantos anos, apresentadas eram mais fortes, tens razão em quase tudo. Talvez eu seja assim, egoísta como dizes que só pensa em si.
É me difícil deixar sair o que me vai na alma, ser emocional. Sei o que é o amor, sei amar, amo-te no meu jeito de ser, na minha forma de estar mas amo. Por vezes não é suficiente, por vezes temos de ir mais além por vezes temos de deixar sair o que nos dói, o que nos vai na alma. Chorar e sentirmo-nos leves livres prontos para dar e receber.
Que ficou, que sobrou dos restos da fogueira que ardeu nestes dias, no fogo que devorou alicerces, queimou recordações terá sido tudo levado pela enxurrada que apagou as memórias.
Fiquei Eu, ficaste Tu. Tu e Eu novamente frente a frente. Dois corpos, duas mentes um mesmo querer, NÒS, Tu e Eu.